Há um conto de Caio Fernando Abreu intitulado “Pela passagem de uma grande dor”. Pressuposto: a dor, mesmo grande, passa. Quando
passa, costuma deixar cicatrizes, que são marcas da ferida que se fechou. Minha
indagação é: conviver com as cicatrizes deixa a dor, que um dia foram, no
passado? Não. Olhar as cicatrizes não deixa esquecer a dor. A dor, cicatrizada,
não é mais dor. Mas a cicatriz é a memória da dor.
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