quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

memória

Há um conto de Caio Fernando Abreu intitulado “Pela passagem de uma grande dor”. Pressuposto: a dor, mesmo grande, passa. Quando passa, costuma deixar cicatrizes, que são marcas da ferida que se fechou. Minha indagação é: conviver com as cicatrizes deixa a dor, que um dia foram, no passado? Não. Olhar as cicatrizes não deixa esquecer a dor. A dor, cicatrizada, não é mais dor. Mas a cicatriz é a memória da dor.

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