O
lugar-comum, equivocado, de que roupa branca suja mais poderia servir de farol
para desmascarar o oportunismo que vem tomando conta de uma oposição pouco
séria que quer posar de mocinho, ou mesmo mocinha. A corrupção não é maior
agora que nos governos precedentes: está aparecendo mais. As metáforas do que
está sendo chamado pela imprensa de Petrolão podem servir de norte: Operação
Lava Jato.
“O jornalista Franz Paul
Heilborn, que assinava sua coluna nos jornais e se apresentava na TV como Paulo
Francis, morreu menos de um mês depois de ser informado por seus advogados de
que não tinha como se defender no processo movido pela Petrobras na corte de
Nova York. Como havia acusado sem provas, baseado em fontes que não podia
revelar, entrou em depressão e sofreu um estresse que causou sua morte por um
ataque cardíaco, segundo revelou sua mulher, a jornalista e escritora Sonia
Nolasco. A
lembrança de sua denúncia vem agora assombrar antigos dirigentes da empresa
petroleira e colocar a imprensa brasileira diante de um dilema: se persistir em
circunscrever o escândalo aos fatos recentes, datando o processo a partir do
ano 2013, o noticiário ficará marcado pelo partidarismo e a manipulação. Se for
investigar as origens do escândalo, completando a pauta levantada por Paulo
Francis há 17 anos, terá que reconhecer que a corrupção na Petrobras tem raízes
mais profundas, e estará aberto o caminho para uma operação de larga escala
contra a roubalheira. O ponto de partida dessa pauta é sua afirmação de que, em
1997, diretores da Petrobras engordavam contas bancárias na Suíça com dinheiro
de propinas obtidas na compra de equipamentos.” (Observatório da Imprensa)