Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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quarta-feira, 13 de julho de 2016
domingo, 17 de janeiro de 2016
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
"O dia em que David Bowie não morreu" (os parágrafos iniciais resumem o que consigo intuir)
Há uma era que se aproxima do fim quando morre David Bowie.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
sábado, 8 de novembro de 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
quarta-feira, 17 de julho de 2013
sábado, 3 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
Dogville (ou a condição de órfão)
Young Americans from David Werl on Vimeo.
Para quem suporta levar Dogville até o final, então há uma sequência antológica ao som de Young Americans, de David Bowie. Neste filme todos são jovens e já muito velhos para pisar neste planeta: a crueldade é sua melhor vingança contra o outro indefeso, indefeso porque um pouco mais frágil, apenas isso. A condição de órfão é a de todos: todos caímos na humanidade, e os laços de sangue muitas vezes apenas constituem uma licença maior para o abuso, também conhecido como proteção. O amor recebe muitos nomes, o que não significa que se saiba o que é este sentimento ― ou que ele seja comum ou fácil de sentir. O amor também é o nome que se dá ao que não se sente, palavra vazia a encobrir escusos sentimentos, difíceis de nomear.
domingo, 3 de julho de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
M. C. Escher (exposição CCBB RJ)
Fui conferir a mostra de Escher, mas foi apenas a primeira impressão da proposta do artista holandês, rica, sem dúvida, como um livro que pede para ser relido. De forma que terei que retornar (era fim do dia, eu estava já um pouco cansada). Estava acompanhada, bem acompanhada, por um casal amigo particularmente conhecedor e bem informado sobre a obra de Escher (ela formada em artes plásticas, ele em arquitetura), e a massa de informações era bem grande, o que julguei um privilégio. Tudo é muito rico e desafiador dos parâmetros usuais de apreensão da realidade. Fiquei sabendo muita coisa, sobre a técnica, a proposta, os modos de criação, as obras em si, de fato fantásticas. Logicamente, fiz algumas escolhas, que são o modo com que cada um reage à obra de arte. Diante de um conjunto como aquele, não retornar é quase uma heresia. Assim, esse post é apenas o registro de uma primeira incursão, acompanhado de uma ilustração do universo de Escher, a cena de um filme seu tanto adolescente (Labyrinth), de que jamais tinha ouvido falar, com performance de ninguém menos que Mr. David Bowie.
domingo, 16 de janeiro de 2011
domingo, 21 de novembro de 2010
Dogville (Lars von Trier, 2007)
De Dogville já se disse tudo e mais alguma coisa: "Ao abdicar dos cenários e dos adereços, o diretor procurou valorizar o âmago de cada personagem para que o espectador, despojado do 'supérfluo' e do 'superficial', pudesse olhar apenas para o que verdadeiramente interessa em seu filme: a desumanidade que 'emana' da humanidade." (O dogmatismo de Dogville). Talvez a principal questão que o filme coloca seja que é quase impossível responder à violência sem lançar mão dela. O mundo cão é a súmula de um filme cuja última imagem é um cão, ser cuja não humanidade é a sua redenção.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
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