Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
sábado, 8 de junho de 2013
segunda-feira, 3 de junho de 2013
"o homem não é a medida de todas as coisas" (o pensamento de Spinoza)
“Nossos valores, nossas noções testemunham, por assim
dizer, sobre nós, não sobre a natureza das coisas; expressam as maneiras como
somos afetados pelas coisas e como reagimos a elas, mas não podem explicar o
real ou servir à compreensão da natureza, a não ser por obra da superstição ou
do preconceito ou até de um racionalismo desembestado que desejasse meter a
natureza no cubículo da razão humana.”
Homero Santiago. Spinoza: superstição e ordem moral
do mundo. In: MARTINS, André (Org.). O
mais potente dos afetos: Spinoza e Nietzsche. São Paulo: Martins Fontes,
2009, p.211.
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