Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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sábado, 15 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 24 de julho de 2013
thelma & louise à brasileira
"A Novela das 8" é um bom filme
ruim, como aliás muitos que se fazem por aqui.
Mas não é péssimo, horroroso ou
impossível de ser assistido (sem constatar o tempo todo a pobreza dos
recursos). A ideia é boa — simplesmente o resto é falho, fraco: elenco,
direção, roteiro... A ideia, se tivesse sido bem aproveitada, executada, mostraria
o dilema fundamental deste país, desde a Colônia: a distância entre o universo
da fantasia, na falta de termo melhor, e a realidade — ou, conforme frase lida
em ensaio de Roberto Schwarz, saber a
diferença entre compensações imaginárias e realidade, não importa o quanto este conceito em si seja
espinhoso. O que catalisa a distância entre essas duas instâncias no filme é a
boate carioca que inspirou a novela brasileira talvez mais famosa da década de
70: Dancin’ Days. Da novela à boate, as duas “heroínas” atravessam percursos
distintos que se tangenciam. Para quem participou do imaginário da novela, o
filme vale como uma pálida sessão nostalgia, somente no plano imaginário,
obviamente, porque a realidade era dura, minada pela ditadura, e não deixou saudades.
Recentemente, em sala de aula, ao comentar o caráter hiperbólico das imagens
dos poemas de Castro Alves que clamavam contra os horrores da escravidão no
Brasil, voltei-me para uma aluna e disse que nenhuma hipérbole é suficiente
para o sofrimento. Ela argumentou que, embora pudesse ser assim, as hipérboles
cumpriam seu papel no poema, não traíam o que nele se queria expressar.
Voltando ao filme, não há hipérboles ou outros recursos mais expressivos. Há
uma tentativa de realidade, a partir da costura de recortes mal enquadrados.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
sábado, 4 de fevereiro de 2012
domingo, 15 de janeiro de 2012
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
sábado, 17 de setembro de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
Ney Matogrosso: O Último Dia
Essa música do Paulinho Moska eu não me esqueço, embora não a tenha escutado tanto. Mas ouvi.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
domingo, 27 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
pérola do dia (sessão nostalgia)
Entro no ônibus, metade dos passageiros, como sempre, com os fones de ouvido devidamente conectados a algum mecanismo de reprodução de música. Havia lugares para sentar mais atrás, onde uma figura seu tanto bizarra, ao contrário dos sisudos passageiros, compartilhava a música que ouvia, logicamente com aqueles que não estavam conectados a fones de ouvidos. Cantava junto, acompanhando, e não pude deixar de reconhecer a voz da canção que ele cantarolava, ninguém menos que Cat Stevens, tocando na rádio. Nunca soube muita coisa dele, apenas ouvi algumas canções na época da universidade. Mas agora, ao escrever o post, descubro sua polêmica conversão ao islamismo (aqui). Mundo selvagem, difícil de ser atravessado com um sorriso.
sábado, 12 de março de 2011
sessão nostalgia: anos 80
Essa é de fato uma sessão nostalgia, dos anos 80, mas também de mim nos 80. Uma nostalgia de mim mesma. Eu não passava de uma adolescente quando vários crooners e nomes de peso do pop rock resolveram se reunir em prol de uma causa humanitária e cantaram We Are The World. Sem hipocrisia ou falso desdém: ficou bonito. A época pedia. É ímpar ter vivido a adolescência nos anos 80: havia uma promessa de qualquer coisa que não se cumpriu, havia uma esperança, creio que havia mais boa vontade de construir um mundo melhor, sentimentos que também costumam pontificar na adolescência. Ou quem sabe é a memória do que eu era então que os projeta na época. Não havia qualquer contradição entre ser inteligente e acreditar no ser humano. Eu acreditava sobretudo em mim, e a vida fluía. Não é que não havia problemas: havia esperança, mas de um modo que nem precisava saber que havia. A memória é movediça, sou e não sou a adolescente que fui. Alguma coisa muito boa daquele tempo persistiu, latente, e vem ressurgindo.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
sessão nostalgia - Legião Urbana: Tempo Perdido
No ônibus, um ringtone de celular me fez lembrar que já gostei bastante da Legião Urbana e de Renato Russo, trilha sonora inseparável da adolescência.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
sessão nostalgia: Marillion - Kayleigh
A inocência dessa música!
"Do you remember?"
Sem contar que ela se presta com perfeição
para as aulas de Iloveyou da adolescência:
"So sorry I never meant to break your heart".
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
sessão nostalgia: OASIS (abstraindo o Noel Gallagher)
[de volta à tese, com trilha sonora compatível]
domingo, 19 de dezembro de 2010
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