Em entrevista, poeta Maria Lúcia Alvim fala
sobre passado num Rio de Janeiro efervescente, presente longe da criação, e
futuro de expectativas com novo livro, “Batendo pasto” (Relicário), primeiro
inédito em 40 anos.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
quarta-feira, 8 de julho de 2020
Revista Serrote - edição especial
A serrote lança, em julho de 2020, uma edição especial, gratuita e digital, que reflete sobre o momento de exceção que
vivemos. A revista apresenta seis ensaios inéditos sobre impactos políticos e
sociais da pandemia, três ensaios visuais e a tradução de “O vínculo da
vergonha”, clássico do historiador Carlo Ginzburg que fala diretamente ao
Brasil de hoje.
quinta-feira, 30 de abril de 2020
Diante - Francisco Alvim
Diante
História tão obscura
a deste país
Pensou,
o olhar paralítico
diante do espelho
de si para si
de dentro para dentro
Tal fora uma cobra
sucuri enorme
no charco mais fundo
da densa floresta
nestes brasis
de sombra e de sol
violentos
E o tempo dele
de fora e de dentro
fora o movimento de um
corpo
nas águas mortas
de um morto
ALVIM,
Francisco. O metro nenhum. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011, p.63.
quarta-feira, 29 de abril de 2020
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