Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 14 de abril de 2013

interrogação

Concebi este espaço como catarse de questões, em última instância, subjetivas; ou seja: fossem sociais, políticas ou de outra natureza, elas diriam respeito a mim, ao modo com que percebo e me coloco no mundo, supondo inclusive a possibilidade de transformação subjetiva.  Má catarse talvez. Agora percebo-me refreando angústias, censurando sombras e medos, o que não equaciono como uma boa transformação. Se não conseguir mais falar do que me diz respeito, não sei se haverá caminhos para continuar.

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