Ia falar da última rodada do campeonato brasileiro, a
propósito de uma cena vista ontem no documentário “Edifício Master”, quando a
internet traz a notícia – e as imagens – de uma briga tribal entre torcedores
de dois dos times que estão duelando, conforme linguagem empregada pela própria
mídia para caracterizar os embates da última rodada. Tratava-se, inicialmente, voltando ao documentário de Eduardo Coutinho, da fala do ex-jogador e ex-treinador Paulo Mata, que quando técnico do Itaperuna
entrou nu em campo em protesto contra o resultado na partida contra o Vasco.
Paulo Mata, perguntado sobre o motivo de seu protesto, disse ao
diretor-entrevistador: “o futebol brasileiro...”
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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