Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 2 de agosto de 2023

fiquei distante (não só deste espaço)

...durante a pandemia de Covid-19, e ainda estou meio enlutada, porque, no Brasil, o desastre não acabou, não só pelas mortes evitáveis, comprovadas por mais de um levantamento, como também pelo crescente negacionismo científico que afeta as medidas de prevenção sanitária e a cobertura vacinal. Nos links a seguir constam levantamentos das vidas que poderiam ter sido salvas, em torno de 400 mil -- cuja responsabilidade é de um monstruoso ser alçado à presidência da República em 2018: 

E
T
C.

Num cartum antigo de Aroeira (1993!), contudo, o monstro já estava desenhado, assim como em inúmeras falas, vídeos, gestos, agressões. Então quem votou nele não pode se dizer inocente ou mal informado.

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