Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 27 de maio de 2012

especulando

Pensando na relação que mantenho com este espaço, surpreendeu-me um pouco (mas só um pouco) a ideia de que a janela que se abre com o blog é uma espécie de espelho ― lugar em que me miro, mais do que quem eventualmente me lê. Não é desconsideração com quem aqui aporta, lê e comenta ― é tão somente admitir que todo diálogo (ou monólogo) se dá primeiro consigo mesmo.

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