“Este é também o país em que aqueles que bradam contra a
corrupção dos escalões mais altos cometem cotidianamente seus pequenos atos de
corrupção sempre que têm oportunidade. A ideia de que o Congresso
democraticamente eleito, formado por um número considerável de oportunistas e
corruptos, não corresponde ao conjunto da população brasileira é talvez a maior
de todas as ilusões. É duro admitir, mas Eduardo Cunha é
nosso.”
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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