O SUECO
― Os problemas do Brasil, as mesquinharias de nossa vida pública, a miséria
fundamental de nosso povo, todas essas coisas de repente cansam e desanimam uma
pessoa sensível. Evandro Pequeno encontrou uma solução: “Eu sou um sueco em
trânsito.”
Não
saber de nada, não entender uma palavra do que estão dizendo ou escrevendo por
aí, não ter nada a ver com nada, não se sentir responsável por nada (muito
menos pela famosa dívida externa), não ter vergonha de nada: ser um sueco em
trânsito.
E, se
possível, como Evandro fazia, tocar fagote.
BRAGA, Rubem. Recado de primavera. 8. ed. Rio de
Janeiro: Record,2008, p.98.
Nenhum comentário:
Postar um comentário