A pedra no caminho
No meio do caminho sem sentido
Em que a minha retina se cansava,
Em face ao meu espírito perdido
Naquela lassidão estranha e escrava,
No meio do caminho sem sentido,
Só uma pedra... Nada mais se achava!
Que tudo se perdeu no amortecido,
Morto marasmo de vulcão sem lava...
Que tudo se perdeu na estrada infinda...
Só a pedra ficou sob o meu passo
E na retina se conserva ainda!
Nem coração, furor, ódio, carinho,
Nada restou senão este cansaço,
A pedra, a pedra, a pedra no caminho!
Folha da manhã, 25/10/1942 (conforme Bith)
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