Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 26 de fevereiro de 2011

defesa

Da minha defesa quero guardar essa imagem, dos antecedentes (ou bastidores). Me distraía do que estava por vir testando, com a ajuda de uma amiga, qual a melhor configuração da máquina fotográfica para o ambiente. Trata-se, no caso, da cantina da faculdade de letras da ufmg, lugar de encontro com os amigos, de certa descontração, de um falar menos amarrado aos ditames acadêmicos (falo por mim, evidentemente). Da ufmg sentirei falta principalmente deste lugar, pois conversas importantes se deram aí, trocas muito ricas, a partir das quais decisões foram tomadas. A imagem, no entanto, trai a tensão do que se aproxima, meu modo entre o sério e o disciplinado de me colocar nesse lugar de enunciação, que é a universidade. É uma declaração de amor ao que escolhi estudar.


P.S. Assim como a máquina fotográfica, também eu estava me ensaiando para o ritual, o que justifica certa falta de nitidez da imagem.

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