Num dos diálogos
entre o bando de Zé Bebelo e os moradores do estranho povoado dos catrumanos, Zé
Bebelo enuncia um dos motes centrais de Grande
sertão: veredas ― a exclusão que resiste aos grandes e sucessivos projetos de integração:
― “O que mal não
pergunto: mas donde será que ossenhor está servindo de estando vindo, chefe
cidadão, com tantos agregados e pertences?”
― “Ei, do Brasil, amigo!” ― Zé Bebelo
cantou resposta, alta graça. ― “Vim departir alçada e foro: outra lei ― em cada
esconso, nas toesas deste sertão...”
ROSA, João Guimarães. Grande
sertão: veredas. 19. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p.403.
Há um Brasil
esconso, misterioso e limítrofe, que parece zombar dos projetos de
integração. Zé Bebelo é e não é isso, porque atesta um pertencimento
ao Brasil sem nunca ter pisado no litoral.
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