O vinho ―
sensação de vida no sabor da bebida forte. Vai-se aprendendo ― e apreendendo ― a perceber o sabor, a saborear. O
vinho pede paciência e moderação ―
bebe-se pouco. Para acompanhar, nozes, castanha do caju, castanha do Pará, queijo.
E o momento, que acompanha o vinho e ao mesmo tempo o pede. Isso não tem nada a
ver com ostentação, do que quer que seja. Há mesmo simplicidade em tomar um bom tinto seco.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário