Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 2 de dezembro de 2012

pensando dentro da lógica

Conversava com meu fisioterapeuta sobre a necessidade de praticar exercícios físicos regularmente. Ele disse então que frequenta academia desde os 18 anos, enquanto eu passei a frequentar os livros nesta idade. Agora o corpo está se ressentindo do meu descaso, mandando recados através de dores nada agradáveis, e limitadoras, já que preciso escolher onde vai doer. A conversa transcorria devagar, e versava, assim, sobre as escolhas. Então ele disse: “Mas você é mais culta que eu.” “Sim ― respondi ― mas você, por exemplo, não tem nenhuma dor no cérebro.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário