Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

trecho de conversa: tentando ouvir

― Vivemos tempos loquazes: todos falam muito, no twitter, no facebook, na blogosfera. Mas ouvir, ouvir é para poucos. 
[...] 
― O barulho em volta é muito grande mesmo e confunde.  Acho que todo mundo precisa desesperadamente, nesses "tempos loquazes" que você interpreta tão bem nessa expressão sintética, desse cuidado, consigo e com os outros.  

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