Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 4 de março de 2015

que país é esse...

Só por força de expressão e hábito nossos representantes em Brasília podem ser chamados de “nossos”. Abertamente e sem qualquer rebuço ou constrangimento, legislam em causa própria, brigam feito galos em rinha o tempo todo pelo poder, que se torna o condutor único de sua ação, uma causa em si. Os presidentes da Câmara e do Senado representam “apenas” (mas isso diz tudo) o que essas duas casas se tornaram — de forma alguma os eleitores, a nação, aqueles que lá os colocaram para... Para que mesmo?

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