Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

estatísticas

70% vê o governo Dilma como ruim ou péssimo. 80% dos brasileiros quer a queda de Eduardo Cunha. 99,9% da população está lotando shoppings e centros de consumo popular para as compras de Natal. De 75 a 80% das mulheres adotou o animal print como elemento do vestuário. 99% dos brasileiros está triste, chateado ou infeliz com o país, a falta de dinheiro, o desemprego, a inflação, os rumos da economia. 100% dos usuários de ônibus, trens e metrô no Rio de Janeiro mostram expressão taciturna. O ceticismo e a indiferença são generalizados. O calor, insuportável. 

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