DUPLICIDADE DO
TEMPO
O níquel, o alumínio, o estanho,
e outros assépticos elementos,
ao fim se corrompem: o tempo
injeta em cada um seu veneno.
A merda, o lixo, o corpo podre,
os humores, vivos dejetos,
não se corrompem mais: o tempo
seca-os ao fim, com mil cautérios.
MELO
NETO, João Cabral. Museu de tudo. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2009, p.105.
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