Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 14 de maio de 2016

miopia grave

A miopia e o conservadorismo do grupo que tomou de assalto o poder no Brasil encontram “a sua mais completa tradução” na extinção do Ministério da Cultura. Alguém poderá dizer que a ausência de representatividade social no “novo” ministério é um sintoma pior, ou mais contundente. O desprezo à cultura, no entanto, conceito dos mais complexos da sociedade, de qualquer sociedade, traz em seu bojo os demais vícios da referida composição ministerial ― o macho adulto branco sempre no comando, para falar junto com outra canção de Caetano

Nenhum comentário:

Postar um comentário