Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

bondade

Pensei que a bondade pudesse bastar, mas não bastou. Porque confiar é uma forma de bondade. Li hoje um trecho encantador acerca das possibilidades humanas. Seria preciso desenhar outro mundo, começar tudo de novo, para que a bondade fosse o bastante. De mais a mais, o papel de ventríloquo cansa. 

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