Pobres
de nós que perdemos quanto
Sereno e forte nos dava a vida
O
único modo
O único humano de a ter...
Pobres
de nós
Crianças tristes que mal se
lembram
De
pai e mãe
E
andam sozinhas na vida cega
Sem
ter carinhos
Nem
saber nada
De aonde vamos pela floresta,
Nem donde viemos pela estrada
fora…
E somos tristes, e somos
velhos,
E
fracos sempre…
Sem
que nos sirva.
Poesia completa
de Ricardo Reis.
São Paulo: Companhia de Bolso, 2005, p.33.
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