Driblando essa e aquela recomendação médica — aliás,
as especialidades sabem bem sê-lo quando o assunto é divergir nas restrições
alimentares —, retornei ao vinho (quase) cotidiano e ao café (quase) diário, mas
não ordinário. Também o cacau em pó foi reabilitado, em porções parcimoniosas.
E dizer “parcimônia” é menos vulgar que “beba com moderação”. Pelo menos até a
próxima crise de labirintite.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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