Ótimo o curta Novela Vaga, disponível no Porta-Curtas. Trata-se de uma brincadeira com certo cinema cult que, a despeito da aura de cinema de arte, esquece-se do público. Na geleia geral em que se converteu a pós-modernidade, com esse ar de pós-tudo, é às vezes difícil separar o cinema de qualidade daquele... bem, nem sempre a gente tem a boa sorte de estar com os neurônios a postos para apreciar devidamente uma obra de arte.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário