Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 29 de agosto de 2010

um ano de blog!

Há exato um ano criei este espaço, sem saber de nada, exceto que era uma possibilidade. Hoje, quando o blog faz aniversário, gostaria de registrar que essa experiência me trouxe muita coisa bacana ― consciência da linguagem, pessoas... e com ambas um refinamento do olhar ― certamente proporcionado pela interlocução. Então, meu obrigada aos que têm paciência de ler as linhas que aqui posto, minhas ou emprestadas. Em outras palavras, de empréstimo ― na falta do açúcar, não do afeto ― numa tradução maravilhosa que o Caetano Veloso fez, creio eu, de certas referências literárias, como a Clarice e o Drummond, nesta canção que é das minhas preferidas ― meu coração vagabundo / quer guardar o mundo / em mim. Sempre quis. Mundo, mundo, vasto mundo.

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