Há exato um ano criei este espaço, sem saber de nada, exceto que era uma possibilidade. Hoje, quando o blog faz aniversário, gostaria de registrar que essa experiência me trouxe muita coisa bacana ― consciência da linguagem, pessoas... e com ambas um refinamento do olhar ― certamente proporcionado pela interlocução. Então, meu obrigada aos que têm paciência de ler as linhas que aqui posto, minhas ou emprestadas. Em outras palavras, de empréstimo ― na falta do açúcar, não do afeto ― numa tradução maravilhosa que o Caetano Veloso fez, creio eu, de certas referências literárias, como a Clarice e o Drummond, nesta canção que é das minhas preferidas ― meu coração vagabundo / quer guardar o mundo / em mim. Sempre quis. Mundo, mundo, vasto mundo.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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