Cheio de vida, hoje, compacto, visível,
Eu, com quarenta anos de idade no ano oitenta e três
dos Estados,
A ti, dentro de um século ou de muitos séculos,
A ti, que não nasceste, procuro.
Estás lendo-me. Agora o invisível sou eu,
Agora és tu, compacto visível, quem intui os versos e me procura,
Pensando em como seria feliz se eu pudesse ser teu companheiro.
Sê feliz como se eu estivesse contigo. (Não tenhas muita certeza
de que não estou contigo.)
BORGES, Jorge Luis. “Nota sobre Walt Whitman”. Obras completas I [vários tradutores]. São Paulo: Globo, 1998, p. 271.
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