Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Morre Moacyr Scliar!!!

Esta notícia caiu-me com uma bomba nesta manhã de domingo. O escritor Moacyr Scliar, de que tanto gosto, um dos mais importantes ficcionistas brasileiros contemporâneos, faleceu nesta madrugada, aos 73 anos de idade. Sempre admirei seu trabalho, sua obstinação, sua capacidade de escrever como poucos. Diante de muitos contos seus, tive a impressão de estar diante do mesmo ceticismo de Machado de Assis. Foi literatura inseparável na minha vida durante muito tempo. Li "Os contistas" e outros contos seus, como "O velho Marx", com  assombro.

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