Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

de repente começa a tocar no som do vizinho, bem baixinho...

Quando ouvi esta canção pela primeira vez (ou pelo menos na recordação mais antiga que tenho de tê-la escutado), descobri que gostava muito dela, do que estava ouvindo. Não era uma música a mais, era uma música antiga e atual, uma música de acordes suaves, uma canção que trazia uma estranha calma, tudo isso com muita beleza, numa gravação, tornada clássica, de Lô Borges. A roupagem dada por Flávio Venturini ficou, não igualmente bonita, mas à altura do que a canção pede como interpretação. De tudo se faz canção... e o coração na curva de um rio, rio, rio... Não sei se o movimento musical Clube da Esquina tomou emprestado o nome desta música ou vice-versa. Mas ela é a identidade do movimento.

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