Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


segunda-feira, 11 de abril de 2011

trecho de conversa: universos paralelos / transversais

"Nossa alma está do lado de fora, é nas conexões, nas redes que formamos que vamos nos constituindo intensivamente. Quanta beleza, força, potência nesses autores que você cita. E não é nem um milionésimo de tudo que há. Afora música, pintura, escultura! Aí aparece um m. da vida, um ressentimento, uma mesquinharia. Pronto, a alma, que inocentemente vagava, tem que se fechar para não ser infeccionada pela fraqueza das ideias inertes. É difícil lidar com isso, repentinamente estragam a brincadeira."

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