Deixo a quem quer que seja
A quem queira, a quem possa, a quem sirva, a quem goste,
A tarefa de construir um novo mundo.
Minha obrigação, o mínimo
Que inda posso fazer
É ajudar a acabar com esse monturo
Onde inadvertidamente me jogou a
Senhora minha mãe.
Há múltiplas maneiras de ajudar a acabar
Com o monturo
(O monturo, aliás, não tem nada de grande, é até fácil de arrasar).
Há uma particularidade que me apeteceu.
Uma delas é arrebentar-lhe ostensivamente com as regras do jogo.
A outra é desenvolver até o requinte as referidas regras do jogo
E obedecer, também até o requinte, as ditas regras do jogo.
Outra maneira é aumentar o monturo fazendo filhos
Educando-os e ensinando-os higienicamente a fazer outros filhos.
Outra maneira é ir à missa todos os domingos e contribuir para as obras da paróquia.
Outra maneira é lançar mais um jornal,
Mais um partido, mais um grupo de estudos,
Mais uma conspiração civil ou militar.
FAUSTINO, Mário. O homem e sua hora e outros poemas. São Paulo: Companhia de Bolso, 2009, p.140.
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