Alguém procura pelo sentido da vida na internet. Por acaso, ocorre uma interseção entre a referida busca (não pelo sentido da vida... mas pela combinação de palavras "sentido da vida") e este blog. Só pode ser um primeiro de abril, pois não faz mesmo sentido. O que exatamente não faz sentido? Basta viver para saber. A vida, em seu cerne, é uma piada de mau gosto.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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