Se olhas a serpente nos olhos, sentes como a inocência
é insondável e o terror é um arrepio
lírico. Sabes tudo.
A constelação de corolas está madura contra o granito alto
nas voragens. Rosaceamente.
A tua vida entra em si mesma até o centro.
Podes fechar os olhos, podes ouvir o que disseste
atrás das vozes
do poema.
Herberto Helder. Ou o poema contínuo. São Paulo: A Girafa, 2006, p.432.
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