Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

o difícil aprendizado da vida

Acontece com frequência: estou explicando um texto para os alunos e percebo que não repercute em mim o que estou tentando ensinar com convicção para eles. Parece simples. A convicção com que falo é um modo de me convencer também daquele saber. Talvez eu fique melhor na posição de aluna: quando falo, ouço o que estou dizendo como tal, estou dividida. E no entanto eu gosto do que faço, deveras.

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