Enquanto pensava em nada, sem buscar dar rumo aos pensamentos, lembrei-me de como a rotina de supermercados, shoppings e lojas de eletrodomésticos, pelo menos aqui no Rio de Janeiro, está transformada ― o sábado já não existia, e agora nem domingos ou feriados existem mais para quem trabalha nestes estabelecimentos ― existe apenas o dia de folga, um dia de folga. Com muito esforço, certas datas, como o Natal e o Ano Novo, são respeitas. Então meu post, de todo inocente, refletindo um bem-estar de poder estar em casa no sábado, acabou negligenciando muitos trabalhadores.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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