GARÇAS
Flores aparentes
que no azul deslizam
poemas de plumas intocáveis.
De que matéria ― ó dúcteis ―
esse perfil pousado em forma
subitamente imóvel?
Uno alvo graça e vida
nos alagados que vos refletem.
Brilham olhos contemplativos.
Oscila o campo verde
e as pálpebras se fecham para o voo
da brancura que a ninguém pertence.
Dora Ferreira da Silva. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999, p.351-352.
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