Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 8 de janeiro de 2012

feminino?

Como em todos os processos cujo cerne se desenrola no momento presente, é difícil às mulheres perceber o grau potencial da transformação que estão vivendo. Se é que elas querem efetivamente essa transformação, já que tudo pode não ter passado de um mal-entendido forjado por novas configurações do capitalismo, que subjazem a outros processos históricos de mesma monta, como a substituição do trabalho escravo pelo assalariado. Nada mais misógino que a publicidade atual, mola propulsora de tudo o mais.

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