LENDO PROVAS DE UM POEMA
Com Rubem Braga, certa vez,
lia em provas Dois parlamentos.
Na manhã ipanema e verão,
em volta do alto apartamento,
sem que carniça houvesse perto,
sem explicação, todo um elenco
de urubus se pôs a rondar
a cobertura, em vôos pensos:
como se farejassem a morte
no texto que estávamos lendo
e se a inodora morte escrita
não fosse esconjuro mas treno.
MELO NETO, João Cabral. Museu de tudo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, p.100.
Nenhum comentário:
Postar um comentário