I.19
Mesmo que o mundo mude velozmente,
como nuvens num mosaico,
tudo o que é perfeito tende
de volta ao arcaico.
Sobre a mudança e o andar,
ampla e livre, inda perdura
tua voz que vibra no ar,
ó Deus da lira pura!
Nem a dor aqui se encerra,
nem do amor sabemos a sorte;
nem o temor do exílio da morte,
nada disso está desvendado.
Somente o canto na terra
será santo e celebrado.
RILKE, Rainer Maria. Os sonetos a Orfeu. Elegias de Duíno. Trad. Karlos Rischbieter e Paulo Garfunkel. Rio de Janeiro: Record, 2002, p.50-51.
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