“Riscado é um filme agradabilíssimo
de se assistir simplesmente por ter uma estória interessante e bem
desenvolvida; por nos dar a conhecer uma personagem por quem sentiremos empatia
e que gostaremos de acompanhar até o final. Mas o que parece fazer de Riscado um filme
ainda mais bonito é, justamente, a maneira como ele afirma o cinema: o filme,
afinal, existe.” E a trajetória da atriz Karine Teles é delicada, bonita, inspiradora.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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