É simples: novembro me foi tão, mas tão difícil, infernal mesmo (só quem já andou rondando o inferno sabe o alcance dessa palavra, inclusive pelo arbítrio do que vem sem ter sido provocado, pelo menos num grau consciente), que ontem, quando me peguei alegre, diante da trilha sonora da minha adolescência (mas era outra coisa também), eu de súbito entendi: acabou. Obviamente que uma mudança se deu: ninguém volta o mesmo dessas incursões aos confins sabe-se lá de que. A alegria que senti era tão certa, tão minha, que só fui dar por ela quando algo inusitado aconteceu, mas que não deixava dúvida de que se tratava dela, da alegria. Então eu já sei: vai-se ao inferno, mas dele se retorna. Já voltei de outros. Vou guardar a senha para a próxima incursão. Como não lembrar do belíssimo final de "As margens da alegria", conto que abre as Primeiras estórias de Guimarães Rosa?
Trevava.
Voava, porém, a luzinha verde, vindo mesmo da mata, o primeiro vaga-lume. Sim, o vaga-lume, sim era lindo! ― tão pequenino, no ar, um instante só, alto, distante, indo-se. Era, outra vez em quando, a Alegria.
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