Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sexta-feira, 11 de março de 2011

falcões da noite (trecho de Anna Livia Plurabelle)

Falcões da noite escutem-nos. Noite! Noite! Toda minha cabececoa. Me sinto tão pesada quanto aquela pedra lá no chão. [Dark hawks hear us. Night! Night! My ho head halls. I feel as heavy as yonder stone]. 

Trecho de Anna Livia Plurabelle traduzido por Dirce Waltrick do Amarante. Para ler Finnegans Wake de James Joyce. São Paulo: Iluminuras, 2009, p.152-153.

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