“Há-de que eu certo não regulasse, ôxe? Não sei, não sei. Não
devia de estar relembrando isto, contando assim ao senhor o sombrio das
coisas. Lenga-lenga! Não devia de. O senhor é de fora, meu amigo mas meu
estranho. Mas, talvez por isto mesmo. Falar com o estranho assim, que bem ouve
e logo longe se vai embora, é um segundo proveito: faz do jeito que eu falasse
mais mesmo comigo. Mire veja: o que é ruim, dentro da gente, a gente perverte
sempre por arredar mais de si. Para isso é que o muito se fala?”
ROSA,
João Guimarães. Grande sertão: veredas. 19. ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2001, p.55.
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