Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

árvores

É claro que há regiões arborizadas no Rio de Janeiro, algumas densamente, tanto que a cidade tem fama de abrigar a maior floresta urbana do mundo. Mas aquele desejado equilíbrio entre árvores e cimento varia muito, muitíssimo, conforme a geografia e o prestígio da região em questão. Há lugares em que o cimento predomina de tal forma que o verão torna-se um suplício. Tudo o que se deseja é uma sombra. E não estranha que a propaganda do Carnaval já esteja a todo vapor... quente ― é preciso mesmo muita mídia para convencer as pessoas de que é sinônimo de prazer e alegria sair pulando por cinco dias sob sol intenso e temperaturas elevadas.

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