E que grande paz neste oceano de hoje.
Que íris, que amizade continente.
Entre nereida e anêmona não se ouve
a linguagem que afasta gente de gente.
Entre quem dorme aqui e no outro pólo houve
uma comunidade permanente.
Os contemplados e serenos rostos
olham-se com um olhar preexistente.
Um candelabro em pêndulo constante
ritma a sina dos cabos bojadores.
E são âncoras na água em maré cheia,
e são bússolas de um igual instante
marcando calmarias e torpores,
e marujos parados de alma alheia.
Jorge de Lima. Poemas negros. Rio de Janeiro: Record, 2007, p.188.
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