VIDA
Às vezes paro
outras cultivo o jardim:
a mão escolhe ou esquece
mas o espinho sempre fere
as palmas vulneráveis.
Esqueço o nome das flores
das ruas
(lembrando seu perfil preciso)
e varro de manhã as folhas secas.
Amo os livros e a eles me dou
no banco sob a árvore: para sempre
lembrança de vida e vozes nos canteiros.
Dora Ferreira da Silva. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999, p.166.
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