“E
aí o povo encheu a rua, à distância, para ver. Porque não havia mais balas, e
seu Joãozinho Bem-Bem mais o Homem do Jumento tinham rodado cá para fora da
casa, só em sangue e em molambos de roupas pendentes. E êles negaceavam e
pulavam, numa dansa ligeira, de
sorriso na bôca e faca na mão.”
Rosa,
João Guimarães. A hora e vez de Augusto Matraga. Sagarana. 6.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964, p.362-363.
Uma
coisa são os acordos ortográficos, com as modificações na norma de grafia das
palavras; outra é a criação lexical de um autor como Guimarães Rosa, infelizmente
desrespeitada nas sucessivas edições de sua obra. A edição da Nova Fronteira é
bem irregular. Na edição de 2001 de Sagarana
lê-se assim o trecho citado:
“E
aí o povo encheu a rua, à distância, para ver. Porque não havia mais balas, e
seu Joãozinho Bem-Bem mais o Homem do Jumento tinham rodado cá para fora da
casa, só em sangue e em molambos de roupas pendentes. E eles negaceavam e
pulavam, numa dança ligeira, de
sorriso na boca e faca na mão.” (p.410)
O
que é lamentável, pois em Guimarães Rosa as palavras querem dansar, na frase
e no universo do leitor, insinuar, no ‘s’, o movimento que elas vivificam...
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