O Primeiro Leitor
Há aquele que atira
no escuro, ou se atira
no branco, ou melhor,
o que nada sabe e nada
no branco e mergulha
no escuro, leitura
em braile no absoluto — vozes
apenas em seus ouvidos,
mil braças e nenhuma
notícia de sereias — atrás
do que, rasgo, nada
além de luz, movimento
sem promessa que não
seja fuga acesa e risco
de afogar-se na indistinta
noite de todas as vésperas.
DINIZ, Marcelo. Cosmologia. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2004, p. 51.
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