Em O Invasor, terceiro e melhor longa de Beto Brant, é fundamental observar o cartaz de divulgação:
A figura agressiva de Anísio (que revelou Paulo Miklos como ator), o matador de aluguel contratado pela dupla de sócios da construtora para tirar o terceiro sócio da jogada, aparece, no cartaz, visivelmente caracterizada como um alienígena, e isso é fundamental para entender toda a engrenagem que é posta em movimento a partir do momento em que Anísio percebe o trunfo que tem nas mãos - o segredo do crime cometido pelos sócios através dele. Ele tem tudo nas mãos, e vai fazer valer isso. Não sobra nada do Brasil neste filme, e este nada aparece em toda sua expressividade na cena final. O interessante é que nenhum político aparece, mas está lá a empreiteira, ramo que mais se envolveu em corrupção no Brasil milagre e pós-milagre. O angustiado Ivan (uma das melhores atuações de Marco Ricca), dividido entre duas "éticas" (se se pode falar assim), a do sócio Gilberto (Alexandre Borges) e a da própria consciência que o acusa, é um ponto alto do filme, junto com o invasor Anísio. Ivan não consegue escolher, já entra no jogada arrependido, e isso o perde.
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